Va´a ou Canoa Polinésia chega oficialmente ao Brasil.
Formação do Comitê de Va´a na Confederação Brasileira de Canoagem será fundamental para a massificação e crescimento do esporte no país
A organização em 2007, durante os Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, de um evento de promoção do Va’a no Brasil, sob a supervisão da Confederação Brasileira de Canoagem, foi o marco para que o esporte se tornasse oficial no país. Agora, com a formação do Comitê de Va´a na CBCa, o objetivo é consolidar a modalidade como futura modalidade olímpica.
Desde 2004, a Federação Internacional de Va'a promove uma aproximação com a Federação Internacional de Canoagem como o objetivo de consolidar o Va'a como futura modalidade olímpica e vem recomendando que os países membros se aproximem dos seus Comitês Olímpicos e promovam eventos demonstrativos.
“Vamos trabalhar forte agora em mais uma modalidade de canoagem dentro da CBCa. Se levarmos em conta que hoje existem mais de 26 Clubes de Va´a espalhados apenas dentro do Brasil e o crescente interesse mundial pelo esporte, podemos considerar que o Va´a chega com enorme potencial de consolidação na CBCa”, argumentou o presidente da Confederação Brasileira de Canoagem, João Tomasini Schwertner.
A história do Va´a no Brasil começou em setembro de 1994, quando o brasileiro Ronald Williams, de férias no Brasil após competir na Califórnia, iniciou seus primeiros contatos no intuito de trazer o Va´a, ou canoagem polinésia, para o país. Na ocasião, Ronald treinava e competia pelo False Creek Racing Canoe Club, renomado clube de canoagem em Vancouver, Canadá.
“De lá pra cá, com o crescimento exponencial do esporte no Brasil, os responsáveis de vários clubes e organizadores de competições manifestaram a preocupação em criar instâncias de supervisão do esporte, pensando especificamente na segurança dos praticantes”, contou Nicolas Bourlon, representante brasileiro na Federação Internacional de Va'a desde 2003 e indicado pela Diretoria da CBCa no Comitê.
Estima-se que hoje o Va´a seja praticado por até 25 mil pessoas na Polinésia Francesa, onda é tão popular quanto é o futebol no Brasil. No Havaí são cerca de 10 mil praticantes. O esporte também é muito popular na Austrália e Nova Zelândia, onde existem aproximadamente 5 mil esportistas. Hoje, no Brasil, estima-se que há mais de mil praticantes regulares de Va´a espalhados por oito estados (Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo).
Além do crescente interesse brasileiro pelo Va´a, o esporte não possui nenhuma contra-indicação ou treinamento de alto desempenho para a sua prática, e existem algumas embarcações do Va´a, como o V12 por exemplo, onde até doze pessoas podem remar juntas.
“O Va´a se diferencia, por exemplo, do remo por não exigir qualquer treino específico para que se possa iniciar sua prática. O trabalho em equipe promove a integração e a sincronia entre seus praticantes, pois cada indivíduo tem uma função distinta e cada posição na embarcação tem um papel de responsabilidade. É um esporte para ser praticado por toda a família, inclusive pelas crianças e até mesmo pessoas na terceira idade”, explicou Nicolas Bourlon.
Comitê de Va´a na CBCa
O Comitê de Va´a na Confederação Brasileira de Canoagem será constituído por: Ronald Williams (RJ): Praticante desde 1992 (False Creek Canoe Club, Canadá), Responsável pela vinda da primeira canoa V6 ao Brasil (Lanakila em 2000), Fundador e atual Presidente da Associação Brasileira de Outrigger-Va'a (ABRO) e Fundador do Rio Va’a Clube (Outrigger Rio Clube) – RJ. Membro da IVF desde 1999; Everdan Riesco (SP): Praticante desde 2001; Presidente do Clube Brucutus; Organizador de várias edições da prova Volta da Ilha de Santo Amaro; competidor pela equipe Brucutus e promotor do projeto social Navega São Paulo; ex-Presidente da Associação Brasileira de Canoa Havaiana; Celso Filetti (SP): Praticante desde 2003; Competidor pela equipe TriboQPira; Atual Presidente de Associação Brasileira de Canoa Havaiana; Alexei Bevilacqua (SC); Praticante desde 2003; Fundador do Clube Kanaloa; Organizador da Prova Austral Va’a Sprints; Competidor pela equipe Kanaloa; Paulo Correya (suplente, Brasília DF): Fundador do Brasília Va’a Clube (2004); competidor pelo Rio Va’a Clube e pelo Brasília Va’a Clube desde 2001; Hugo Sanches (suplente, Cabo Frio, RJ): Fundador do Cabo Frio Outrigger Clube (2005); organizador da prova anual Cabo Frio Hoe (desde 2006); competidor pelo Cabo Frio Clube; Nicolas Bourlon é o representante indicado pela Diretoria da CBCa no Comitê: Iniciação no Hawaii em 1981 pelo Kawaihae Canoe Clube; Representante do Brasil na Federação Internacional de Va'a desde 2003; Coordenador para a América do Sul da FIV desde 2005; Presidente do Rio Va’a Clube e Secretário da Associação Brasileira de Outrigger-Va'a (ABRO) desde 2001; Organizador da prova internacional anual Rio Va’a (desde 2002); Competidor pela equipe Rio Va’a Clube; Promotor do projeto Social Canoa Rio; organizador da participação brasileira em provas na França (2002, 2005, 2006), no Hawaii (2002, 2003, 2004), no Panamá (2003), no Taiti (2005) e na Nova Zelândia (2006).
Principais ações a médio e longo prazo do Comite da Va´a da CBCa:
· Representar o Brasil na Federação Internacional de Va’a
· Divulgar junto aos praticantes a importância da adoção do Va'a como modalidade da Confederação Brasileira de Canoagem, como nova etapa fundamental para a consolidação do esporte no Brasil e na América Latina;
· Discutir e consolidar a inserção do Va’a na CBCa;
· Atualizar o cadastro de Clubes de Va’a no Brasil, incentivando a sua filiação às federações estaduais de canoagem;
· Poder contar com uma instância superior, com acesso a juízes de prova capacitados para ajudar os organizadores das provas e para garantir a segurança e a representatividade dos eventos promovidos pelos Clubes com o apoio da CBCa;
· Consolidar e divulgar o regulamento de provas de ABRO cuja atualização em 2005 foi validada pela FIV;
· Organizar equipes para representar o Brasil no exterior.
· Promover os campeonatos brasileiros anuais nas modalidades de velocidade e maratona, em todas as categorias (V1, V2, V6, V12);
· Fomentar a produção de equipamentos competitivos e de menor preço para ajudar na expansão e popularização do esporte.
· Cadastrar os fabricantes brasileiros e certificar que equipamentos utilizados, canoas, remos, etc.
· Pleitear a isenção de impostos na importação de equipamentos;
· Pleitear o benefício da bolsa atleta para competidores da modalidade;
· Negociar melhores condições de seguros para os Clubes e as provas;
· Promover a expansão do Va’a no Brasil;
· Promover e defender a entrada do Va’a no PAN de 2011 e nos Jogos Olímpicos de 2016, em contato com a Federação Internacional de Canoagem e a Confederação Pan-americana de Canoagem;
· Trazer para o Brasil a edição 2012 dos Campeonatos Mundiais de Velocidade da Federação Internacional de Va’a.
Fundamentos
No Va’a, o respeito às tradições da polinésia é fundamental, destacando o trabalho em equipe. Numa equipe experiente, a sincronia entre os remadores, a técnica de remada e a potência permitem que a canoa deslize na água podendo atingir velocidades superiores a 24 km por hora surfando numa onda.
Terminologia e Categorias
O nome oficial do esporte é “VA'A”, seguindo definição da Federação Internacional de Va'a (FIV). A Assembléia Geral da FIV em 1999 decidiu mudar o nome antigo, “Federação Internacional de Canoa Polinésia (FICP)” para Federação Internacional de Va'a (FIV), utilizando o nome tradicional da canoa.
Seguindo o exemplo da palavra “caiaque” que deriva de "kayak" (do Inuit , dialeto esquimó) a palavra que melhor define a embarcação polinésia é a utilizada pelos povos locais da polinésia, inclusive do Taiti como do Havaí : “VA´A” (Observa-se que em havaiano, o "W" se pronuncia "V').
Portanto, todas as canoas de origem polinésia com ama: havaianas, taitianas, maori, etc ... - são "Va'a" (independente de serem de origem taitiana, havaiana, maori...). Desta forma a canoa havaiana "wa'a" é o va'a que se pratica no Havaí com canoas de modelo havaiano; o va’a taitiano é o va´a praticado no Taiti e "waka ama" é o va'a praticado em Aotearoa (Nova Zelândia). Assim sendo, os membros da FIV continuam usando os nomes tradicionais em seus eventos - Waka Ama, Wa'a, assim como “canoa polinésia”, “canoa havaiana”, ou “outrigger”.
A FIV passou a adotar a letra V e um número para caracterizar cada categoria de canoa de acordo com o numero de remadores: V1, V2, V3, V4, V6 e V12.
No caso das V1 e V2 que podem ter leme, usa-se V1 / V2 para as tradicionais (sem leme) e V1R ou V2R para as canoas com leme (R para Rudder, uma pequena concessão para o inglês pois nos paises anglo-saxões a maioria dos remadores usa canoas V1 ou V2 com leme, a contrario do resto da Polinésia e da França por exemplo onde dominam as canoas sem tradicionais).
As categorias existentes são estabelecidas de acordo com o número de remadores:
· V1 (canoa individual; com ou sem leme);
· V2 (dois remadores, com ou sem leme);
· V3 (três remadores, sem leme);
· V4 (quatro remadores);
· V6 (seis remadores);
· V12 (doze remadores, duas V6 formando um catamarã).
As V6 medem 12 à 14 metros de comprimento, com 50 cm de largura, pesam entre 150 e 200 quilos e comportam um estabilizador lateral ou “a’ma” fixado por duas traves de madeira
chamadas “iatos” ou “i’akos”.
Observa-se que existem também canoas à vela.
Show mais uma modalidade irada!!!
Aloha.
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